sexta-feira, dezembro 17, 2004

Cap. IX - Feliz Natal

O mundo que o cercava era cético e furioso. Quem poderia acreditar que aquele menino, menino como todos os outros, iria ser diferente. Ninguém sabia dizer por que ele acreditava, mas ele acreditava. Seus pais nunca viram sentido em aquilo tudo. Ele era um adolescente e eles acreditavam que aquilo iria acabar logo.
Para ele, o mundo que ele vivia era muito diferente do dos pais. Para ele era algo tão óbvio acreditar. Para eles, tão absurdo. Aquilo fluía de dentro dele, enchia e preenchia o seu interior. Mas para seus pais aquilo não passava de uma bobagm de adolescente.
Tudo o que ele mais amava era o oposto daquilo que os pais queriam para ele. Como ele podia ser tão diferente? Como e onde eles haviam errado? Não conseguiam se conformar que o seu filho pudesse dar tanto crédito, tempo e amor a algo que ele não podia ver. A sua crença era muitas vezes abominável por eles.
Naquele momento, ele estava no quarto sozinho, precisando do conforto. Ele sabia muito bem que mesmo que os seus pais o abandonassem, Ele não iria abandonar.
"- Ó Deus, a ti, tudo, e nada menos do que tudo, entrego..."
Aquela deveria ser uma data muito especial. Era o aniversário do seu Melhor Amigo. Mas para ele aquele dia estava sendo um tanto difícil.
Na sala, no jardim, na cozinha, muitas pessoas caminhavam. bem vestidas, rindo bebendo, comemorando não aquele aniversário, mas o seu próprio ego. Fazendo uma festa para a sua vaidade.
A mãe o chamou, queria apresentar alguns meninos da sua idade para ver se ele se tornava um adolescente normal, depois iria apresentá-lo a algumas meninas, talvez assim ele parasse com aquele papo de esperar a sua futura esposa. Retirando ele do quarto, o levou para a sala. De alguma maneira, ele conseguiu escapar dela.
Voltou ao quarto, retirando a sua gravata. Pensou como seria bom fugir daquele lugar. estava quase chorando. Trancou a porta. Parou em frente ao espelho.
"- Feliz natal para você!"
Ele sabia que aquilo lá fora não fazia parte dele, nem ele daquele mundo. Mas pôs-se a admirar. Ele era um escolhido para estar naquele lugar e fazer a diferença e o fato de ele ser atacado pelos próprios pais não poderia abala-lo. Ele estava firme na Rocha, que está firme Nele, nunca será abalado.