domingo, setembro 04, 2005

Cap. XIII - Estrelas Cadentes

Sozinha no meio do seu sofrimeno, imaginando mil coisas e todas elas poderiam realmente acontecer. O que estaria acontecendo? Essa pergunta soava e resoava no seu cérebro diversas vezes. O sofrimento era intenso...tudo o que ela tinha era ele. E a solidão.
Ela sabia mutio bem que tinha tido milhares de chances. Todas aquelas chances que ela achava que nunca tinha tido. Ele respondia...agora ela podia ver...
Talvez fosse tarde demais para pedir mais uma vez. Ela tinha toda a certeza que estava onde deveria estar. A bruxa não tinha poderes e as mentiras caíam diante dos olhos como se fossem estrelas cadentes. Pareciam tão reais...caiam...desvaneciam...o seu falso brilho.
A casa de madeira fazia barulhos com o vento. Os cômodos eram escuros. O sol estava se pondo. A esperança dela também. Quem está aí? Quem? Ninguém. Mas parecia estar. Rindo. Depois de tantas promessas, de tanto poder aparente, de tanta supremacia. Falso. Pai da mentira. Ele estava vencendo?
Chorava sem parar. Não conseguia parar, gritar, clamar, pedir socorro para aquele que ela sempre soube que a ajudaria, que sempre estendeu as mãos para ela. O espelho quebrado revelava um rosto que ela não conhecia. Mas era no que ela havia se transformado. As memórias cortavam o seu coração em mil pedaços. Ela havia chegado naquele ponto, mas não conseguia lembrar como começou. Tinha tudo, mas achou que era pouco; quando tinha vida, achava que estava a perdendo. O que restava de tudo aquilo agora? Ela não sabia. Ela mal conseguia pensar.
Não queria que tivesse o dia de amanhã. Aquela risada... Pegou uma pedra que estava no chão sujo e empoeirado de madeira, atirou contra o espelho que se despedaçou. Tal qual seu coracão. Mas ainda podia ver nos pedaços aquele rosto transfigurado. Saiu correndo, subiu as escadas. Queria tanto chegar no topo que acabou tropeçando. Caiu com o rosto no chão. Seu rosto estava sangrando. O sangue, a queda.
Chegou até a janela. O sol havia recém se posto. Subiu no parapeito da janela. A casa antiga tinha janelas altas, ela pode então ficar de pé. Abriu os braços. Ainda chorando. O desespero tomava conta do seu ser. Talvez ela ainda tivesse chances. Olhava para o chão. Uma queda daquela altura mataria qualquer um. Ela nem imagnava que era tão grande, até chegar.
Mas alguém havia morrido por ela. Não estava tarde. Ela podia desistir. Ele ainda a esperava. Ela estava com os braços abertos. Olhos fechados. Tudo aconteceu muito rápido. Uma decisão foi tomada. Entre segurar aquelas mãos e desisitir de uma vez ela decidiu o que achava melhor.
E pode então abrir os olhos.