quinta-feira, março 10, 2005

Cap. X - A Professora

Mais um dia quente, em uma terra quente. Quente, mas de corações gelados. Ela mais uma vez iria se levantar, começar um dia totalmente novo. Arrumou-se como sempre e saiu de casa em rumo da pequena escola que ela dava aula. Todos os dias, no caminho, ela orava por cada um dos seus alunos. Crianças que ela amava como se fossem da família dela. E nas suas orações, perguntava a Deus como poderia mostrar para aquelas crianças novamente o amor de Jesus. Mas aqueles últimos dias haviam sido diferentes.
Os pais daquelas crianças haviam pedido para a direção da escola que a professora ensinasse apenas o que estava no currículo. Isso significava que eles não queriam mais que ela ensinasse qualquer coisa que se referisse à Jesus Cristo.
Ela jamais iria imaginar que, num país que se dizia livre e cristão, ela poderia ser censurada por estar ensinando aos seus alunos a Verdade.
Mas, mesmo diante de tantas lembranças difíceis, ela tornava a orar, e orava pelas as suas famílias. Ela orava para que eles entendessem que o que ela estava fazendo era certo. E, mesmo sem poder dar aulas sobre o Salvador, ela continuou a orar com os alunos e a lembrar do nome maravilhoso de Jesus.
Ela estava caminhando por aquela rua sem asfalto em direção a escola. Já podia imaginar cada rostinho e da maneira que eles iriam sorrir ao vê-la chegar. Porém, seu caminho foi interrompido. Um homem com uma arma na mão perguntou para ela por que amava tanto Jesus. A professora, assustada, disse que era por que ele era o seu Salvador. O homem então aproximou-se dela, acusando-a de querer mudar a comunidade, que as crianças viam o que estava errado, que eles viviam muito melhor sem se preocupar com Jesus, mas que ele estava prestes a resolver o problema.
Naquele momento, um barulho muito forte foi ouvido. A jovem professora imaginava que tudo aquilo só poderia ser o seu Senhor voltando. Mas havia dor. Mas havia luz. Ela caiu no chão de areia quente tentando entender. Os anjos estavam ao seu redor, ela os via. Era o seu Senhor? Ele estava voltando? Até que ela pode entender. Não era a volta Dele. Era ela que estava indo ao encontro do seu Amado.
E até hoje, naquela cidade de maioria cristã lembra-se da professora que levou a primeira palavra de evangelização e que por fim deu a sua vida pela causa de Cristo.